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Sauvignon Blanc: a fantástica uva branca

Mundo do Vinho

Revelada pela França, a cepa Sauvignon Blanc se tornou a coqueluche da Nova Zelândia e conquista a América do Sul

A Sauvignon Blanc é originária de Bordeaux, onde se elaboram alguns dos mais conhecidos vinhos secos e doces, e onde é, em geral, cortada com boa porcentagem de Sémillon. Atualmente, os melhores exemplares franceses de Sauvignon Blanc vêm do Loire, vale a noroeste da França, onde essa uva alcançou fama mundial. Há grandes diferenças entre os Sauvignon Blanc de Bordeaux e os do vale do Loire. Em Bordeaux, os vinhos secos são pouco encorpados e menos aromáticos e intensos que os do Loire. A alta acidez dos vinhos do Loire representa uma vantagem na harmonização com comidas em que o caráter ácido pede companhia. Nas duas mais notáveis appellations do vale do Loire, em Pouilly-Fumé e Sancerre, os solos graníticos e o clima continental permitem obter vinhos que exalam aromas minerais e um ligeiro defumado, e brilham por seu frescor associado a uma acidez fantástica. Os melhores exemplares do Loire serviram de modelo aos vinhos do Novo Mundo no final da década de 80 e início dos anos 90.

A Nova Zelândia revoluciona a produção de Sauvignon Blanc

Hoje a tendência é balizada pelos Sauvignon Blanc da Nova Zelândia, que têm sabor frutado mais concentrado, sem a dureza mineral característica dos vinhos do Loire. As práticas empregadas nesse país são responsáveis pelo destaque que o Sauvignon Blanc conseguiu nos últimos anos. Os enólogos neozelandeses desenvolveram uma técnica de colher as uvas em diferentes estados de amadurecimento para, no corte, obter não só acidez, mas também corpo. Assim, podem oferecer um vinho cheio de complexidade, no qual as notas de flores se misturam aos aromas minerais. Na Nova Zelândia surgiram as primeiras garrafas de Sauvignon Blanc fechadas com a nova tampa de rosca, a screwcap, tendência que está se difundindo em todo o mundo vinícola.

Quando encontra o local adequando para se desenvolver, a Sauvignon Blanc revela-se uma uva adorável. Sobre a influência oceânica em Marlborough, na Nova Zelândia, essa variedade oferece aromas de lima, maçã verde, ervas e aspargos. Nos locais quentes do Vale Central do Chile ou até em San Rafael, ao sul de Mendoza, os aromas se mostram mais maduros, próximos a maçãs vermelhas ou marmelo. No vale chileno de Casa Blanca, a influência do Oceano Pacífico permite que a Sauvignon Blanc ressalte seu lado mineral. Desde que foi plantada naquela região, em meados dos anos 90, e recentemente no vale de San Antonio, a Sauvignon Blanc tornouse um componente marcante da viticultura chilena. Recentemente a Argentina também começou a dar atenção para essa uva, plantando-a em regiões de maior altitude (menor temperatura) e escolhendo locais de maior sombra no vinhedo para conseguir vinhos aromáticos e com frescor.

Há excelentes exemplares de Sauvignon Blanc no mercado brasileiro:

- De Marlborough, a neozelandesa Wither Hills nos oferece um Sauvignon Blanc com ótima relação qualidade/ preço.
- O “Sauvignon Blanc Cipreses 2005” da Casa Marin, nada deve aos vinhos do Loire ou da Nova Zelândia e, apesar do preço alto, mereceria pertencer à elite internacional desses vinhos. Suas uvas vêm de um vinhedo de solo granítico e recebem, de frente, as brisas frescas do mar. O vinho oferece uma gama de sabores e acidez penetrante; pode ser bebido imediatamente (eu, tranqüilamente, o beberia em até dez anos).
- O “Santa Digna Sauvignon Blanc 2005”, de Miguel Torres do Chile, é a mais pura expressão frutal. Apesar das uvas não virem nem de Casa Blanca, nem de San Antonio, seu estilo fresco de acidez cortante é resultado da influência dos ventos dos Andes sobre os vinhedos da Torres, nas margens do rio Claro. Nesse vinho ressaltam- se a estrutura ácida, o álcool em equilíbrio e, no nariz, aromas de ervas e maçã verde.

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