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Um projeto de pesquisa sobre vinhas antigas no sul do Chile identificou 26 novas variedades, até então desconhecidas no mundo, e mais de 60 variedades “incomuns” que crescem em Bío Bío. O projeto foi encabeçado pelo enólogo Juan José Ledesma, de Viñas Inéditas-Terroir Sonoro, que vem pesquisando centenas de videiras não identificadas em Bío Bío desde 2011.
No ano passado, em colaboração com a FIA e a análise de DNA do INEA, mais de 120 variedades foram identificadas em Bío Bío, 26 das quais nunca foram registradas em qualquer parte do mundo. “A maioria das variedades foi plantada em pelo menos três vinhedos diferentes, o que significa que foram intencionalmente escolhidas como variedades de uva de vinho e não uma mutação local”, explica Ledesma, que planeja produzir vinhos a partir desses pequenos vinhedos de variedades desconhecidas no próximo ano.
Viñas Ineditas já vinificou várias das variedades “incomuns”, incluindo a Moscatel Negra, Isabella e San Francisco, que serão lançadas no próximo ano. Outras uvas descobertas incluem Palomino Fino, Hondarrabi Beltza, Mollar e Iona. A produção de vinhos a partir dessas variedades exóticas faz parte da atual fase da pesquisa.
“Encontramos variedades que são naturalmente bem adaptadas às mudanças climáticas e diferentes salinidades do solo, e provavelmente sobreviveram mais de 300 anos como variedades de cultivo não irrigado em Bío Bío. Acreditamos que a diversidade genética encontrada aqui é uma base para a viticultura sustentável do futuro”, afirma Ledesma.
Após a identificação das variedades, o trabalho com os produtores locais (protegidos por um acordo de confidencialidade) continuará para preservar as variedades, investigar sua história e avaliar sua aplicação para o futuro. “Bío Bío é imenso e tem cultivado vinhedos há quase 500 anos, há muito mais para descobrirmos. É uma torre de Babel às margens do Bío Bío!”, aponta.