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Durante o processo, os pisadores formam uma linha e avançam lentamente pelo lagar, pisando de modo sincronizado por aproximadamente duas horas
As uvas costumam ser pisadas em tanques de granito, conhecidos como lagares. A primeira fase é conhecida como “corte”, que consiste em esmagar as uvas para separar o suco de suas peles. Nesta fase, os pisadores (dois para cada 750 quilos de uva) costumam formar uma linha, ombro a ombro, e avançar lentamente pelo lagar, pisando de maneira ritmada, por cerca de duas horas, para garantir o esmagamento das uvas.
Terminada essa etapa, passa-se para a fase da “liberdade”, que dura cerca de três horas. Nela, os pisadores passam a se mover de forma livre ao redor do lagar, assegurando que as peles de uva sejam mantidas submersas sob a superfície do vinho. Se a fase do corte tende a ser realizada em silêncio, exceto por uma marcação de tempo, a da liberdade normalmente é feita com alguma música típica da época da vindima. Nos produtores de Porto mais tradicionais, essa fase é acompanhada por um tocador de acordeão, mas atualmente é mais fácil encontrar aparelhos de som.
Esse trabalho pode ser repetido no dia seguinte, com três horas de pisa e duas de descanso. Após algumas horas, a fermentação tem início e o calor e o álcool produzidos começam a libertar cor, taninos e aromas das peles. A pisa a pé também pode ser complementada pelos “macacos”, êmbolos de madeira utilizados para empurrar as peles para baixo da superfície do mosto. Enfim, a pisa a pé é um processo lento, dispendioso, minucioso, que definitivamente deixa sua marca no vinho.